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Quais as Transformações que o Corpo sofre quando se pratica Desporto!

Já é sabido que a genética tem um papel fundamental na constituição física do ser humano, muitos atletas são afortunados e têm uma genética boa para o desporto, e outros não tão boa obrigando-os a treinar mais e melhor. A boa noticia é que o treino permite fazer milagres, e o seu corpo muda em resposta aos estímulos que o exercício físico provoca, adaptando-se ao mesmo com músculos mais fortes, menor quantidade de gordura corporal, mais resistência, mais eficiência energética, etc………

É um mecanismo ancestral, desde o homem das cavernas: a diferença entre alcançar a caverna vivo e tornar-se alimento ou aperitivo para um tigre dente de sabre. Alguns milhões de anos depois as “bestas” que nos ameaçam são os impostos, o desemprego, sedentarismo, etc, e o exercício pode aliviar quase todas estas bestas da sociedade atual.

Músculos

Os nossos músculos são os tecidos que nos permitem movimentar, já notou com certeza que os seus músculos começam a mudar desde o primeiro dia em que começa a treinar. Aquela dorzinha depois do exercício começa a aparecer, para nos relembrar que estivemos inativos durante muito tempo. Os músculos começam a ter uma mudança radical desde o primeiro minuto em que você os começa a trabalhar, ou faz um movimento ou exercício novo que o músculo não está habituado, começam a ter mais potência, mais força e elasticidade.

A rigidez muscular não é provocada pelos cristais de ácido láctico quando se acaba o oxigénio depois de um treino intenso como se pensava anteriormente, mas sim por microrroturas das fibras musculares que ao se repararem formam o músculo maior e mais forte, tornando-se mais eficiente para o movimento que realizam. Por esse motivo é importante que realize um bom aquecimento, que vá aumentando progressivamente o tempo e intensidade dos exercícios, e também que faça alongamentos depois do exercício. Isto não evitará a rigidez muscular, mas pelo menos as dores durarão menos tempo e está também a evitar lesões.

Os músculos precisam de ATP (adenosina trifosfato), glicose e oxigénio para funcionar. O ATP e glicose são armazenadas em pequenas quantidades em células musculares, e se desgastam mais rapidamente quando começamos a treinar. Depois o nosso organismo começa a recorrer às grandes reservas de glicogénio dos músculos e também do fígado. Enquanto fazemos exercício vamos gastando o ATP (adenosina trifosfato) e o glicogénio, as células precisam de oxigénio para formar novas moléculas de ATP. O sangue bombeia oxigénio para os músculos durante o exercício, enquanto o glicogênio muscular é gasto.

ATP

Quando não há oxigénio suficiente para criar ATP porque a intensidade do exercício é muito elevada, e é preciso mais ATP do que o que se consegue obter, forma-se o ácido lácteo (respiração anaeróbia) isto ocorre durante os exercícios explosivos e de grande gasto energético.

Pulmões

Poucos são aqueles que se podem gabar de nunca terem ficado sem fôlego durante o exercício, os pulmões também mudam muito com o exercício físico. Em média o nosso organismo precisa de 15 vezes mais oxigénio quando nos movemos do que quando estamos parados, para obtermos mais ar respiramos mais forte e rápido aumentando a velocidade de respiração até que os nossos músculos respiratórios não possam trabalhar mais rápido.

Diafragma

Diafragma

Esta é a capacidade máxima de oxigénio que conseguimos obter (VO2 máximo). Mas esta capacidade não tem nada a ver com o funcionamento pulmonar, é um falso mito, os seus pulmões podem fornecer o oxigénio necessário (a menos que tenha algum problema pulmonar) para um VO2 máximo muito acima do que o que você possui, não é um fator limitante. O que melhora com o treino, além de eficiência na perfusão ou trocas gasosas ao nível alveolar (O2 CO2) é a resistência à fadiga dos músculos respiratórios (músculos intercostais e do diafragma, principalmente).

Diafragma

Este músculo separa os pulmões a partir da cavidade abdominal, e é importante para melhorar o desempenho. Quanto mais eficiente for o diafragma, mais ar pode ser inalada nos pulmões e expelir, melhorando a capacidade de respiração. Quando o diafragma está cansado do exercício intenso pode causar flatulência, como dor intensa, que pode aparecer em qualquer parte do tronco, embora existam várias teorias, outros sugerem que na realidade, o flato é devido ao espasmo dos ligamentos circundantes ao diafragma, e diversas vezes atribuída aos nervos da parte superior das costas até o abdómen… não está claro a origem do flato, mas uma respiração profunda, prolongando a fase de ejeção do ar, e uma pressão na área dorida enquanto que se flexiona o tronco pode ajudar a eliminar a flatulência durante o exercício.

Coração

O coração é talvez o músculo mais importante do nosso organismo e que tem um dos papéis mais fundamentais durante o exercício! É dele que dependemos para bombear o sangue mais depressa para os músculos, para levar mais oxigénio e nutrientes, e retirar o dióxido de carbono e resíduos da respiração celular. Quanto mais e melhor você treinar, mais eficiente será o seu músculo cardíaco (coração), ficará maior e mais eficiente, reduzindo o número de batimentos cardíacos por minuto, esta evolução dá-se sempre que o treino é eficiente. É por este motivo que as pessoas que praticam desporto têm menos batimentos cardíacos do que quem não pratica desporto, quer estejam em repouso ou em esforço. O exercício também estimula o crescimento de novos vasos sanguíneos, diminuindo a pressão arterial e ajuda a prevenir e tratar a pressão arterial elevada.

Por ser um músculo, também está sujeito a hipertrofia como todos os outros músculos de contração voluntária. O ideal é que esta hipertrofia faça crescer o coração mais em volume do que no grosso das suas paredes, o que se consegue com treinos longos e de baixa intensidade. O excesso de treinos de curta duração e alta intensidade, sem intervalar com treinos de alta duração e baixa intensidade, pode aumentar o grosso da parede do coração sem aumentar o volume, e uma parede muito grossa e muito forte pode ser a causa dos enfartes por ser mais difícil de irrigar.

Estômago e intestinos

Estes órgãos são prejudicados durante o exercício, porque quando nós nos movemos, o envio de sangue para os músculos é priorizado, minimizando a circulação para o sistema digestivo, por este motivo pode ter problemas digestivos enquanto treina. Alguns atletas têm digestões muito delicadas e, portanto, podem ter diarreia, gases, dores abdominais, má absorção, etc. Por este motivo é fundamental que não treine logo a seguir a uma refeição, dê algum tempo ao seu organismo para fazer a digestão dos alimentos.

Há pessoas que podem comer um cozido e vão logo treinar e não têm problemas, e outras comem apenas uma salada e precisam de 3 horas para começar e treinar sem problemas. Tudo depende do seu organismo, o melhor é que faça um pequeno teste com vários alimentos antes de um treino! Assim terá a noção do que pode comer antes de um treino ou competição, e saberá que não terá problemas ao nível digestivo.

Cérebro

O aumento da mobilização de sangue produzido pelo exercício também ajuda a obter mais oxigénio e glicose para o cérebro, ajudando a pensar melhor, com mais foco e concentração. É por este motivo que muitas pessoas que praticam desporto, notam que a sua capacidade criativa e de concentração no seu trabalho aumentam depois de terem feito um treino. Além disso, o treino regular também provoca mudanças nas estruturas neuronais, chega mesmo a alterar a expressão de alguns genes, especialmente aqueles relacionados ao envelhecimento neuronal.

Foi comprovado que o exercício regular pode prevenir e atrasar o aparecimento da doença de Alzheimer e de Parkinson, assim como os AVCS (acidente vascular cerebral). Também ajuda a manter a memória a atenção e mantém a sua mente sã por muitos anos.

O exercício também tem um efeito sobre os mensageiros químicos no cérebro, neurotransmissores, o famoso “tiro de endorfinas” que é a injeção de energia positiva que todos nós já experimentamos quando praticamos desporto, e nos tornamos “viciados”, de tal forma que nada nos impede de sair para a rua e praticar desporto mesmo quando não nos apetece.

É por esta razão que o exercício também afeta o nosso estado de espírito, e se se pratica desporto de uma forma consciente e sem excessos, ser pró-ativo ajuda no tratamento de doenças como a depressão, ansiedade, esquizofrenia, hiperatividade e efeito ciclotimia, entre muitos outros.

O cérebro também liberta dopamina e glutamato para manter os músculos em movimento e GABA, ou ácido gama-aminobutírico, um neurotransmissor problemático porque diminui o ritmo em geral, para regular a ativação geral do cérebro durante o exercício e atua como regulador evitando o gasto desnecessário de energia.

Agora a parte má do cérebro é que se você exagerar no volume e intensidade do treino, é um dos primeiros a ceder. O cérebro só é capaz de consumir glicose, ao contrário dos seus músculos que podem queimar tudo (carboidratos, gorduras e proteínas), o esforço físico em demasia pode provocar visão turva, alucinações, perda de controlo motor, perda de capacidade de raciocínio, mas felizmente é uma situação temporária que não deixa sequelas.

Rosto

Os capilares da superfície da pele do rosto também dilatam durante o exercício na libertação de calor, por isso é normal que você acabe com o rosto avermelhado quando faz um treino intenso. Se a sua pele é muito delicada, cuidado com os exercícios excessivos, você pode acabar quebrando os vasos capilares da pele e causando petéquias ou pequenos pontos vermelhos por um esforço excessivo.

Articulações

Apenas damos por elas quando nos começam a doer ou nos lesionamos, mas são tão importantes como os músculos e os tendões no que aos movimentos corporais dizem respeito. A maioria dos exercícios geram cargas extras para as articulações que chegam a suportar 5 a 6 vezes o seu peso corporal, imagine o esforço que pode provocar uma maratona para os seu joelhos se não os trabalhar corretamente.

Cada articulação (joelhos, tornozelos, ombros, cotovelos, etc) têm funções diferentes e requerem uma boa técnica para fazerem movimentos específicos para cada desporto da forma mais eficiente e menos prejudicial. À medida que envelhecemos, as articulações começam a se degenerar, especialmente se tiveram um uso excessivo, o que acelera o envelhecimento e pode ter complicações tais como osteoartrose em idades precoces. É muito importante que você cuide das suas articulações fazendo exercício com regularidade, evitando as sobrecargas, impactos excessivos por esforços de longa duração, e ajudando a manter os tecidos articulares em bom estado com uma boa alimentação e hidratação.

Queima de gordura

Um dos efeitos esperados do exercício é a perda de peso, especialmente se o ajudar a tirar aqueles “pneus” que tanto o incomodam. O metabolismo de gordura é muito complexo, as pessoas treinadas são muito mais eficientes na queima de reservas de gordura e também acumulam menos. Os músculos bem treinados têm sempre pequenas reservas extras de gordura, para darem energia extra quando é preciso. Por este motivo é preciso que a alimentação dos desportistas seja equilibrada, não há que retirar as gorduras da alimentação só por se pensar que se vai ganhar peso! Há que ingerir gorduras saudáveis tais como as do azeite, óleo de peixe, nozes, abacate, e reduzir a ingestão de gordura animal.

Sono

O exercício promove o relaxamento e a melhora da qualidade do sono. Não só por estar cansado antes de tentar ir dormir e ressonamos menos, também porque ajuda a eliminar a insónia causada por stress e problemas do quotidiano, graças à libertação de endorfinas, que aumenta o bem-estar geral.

Como pode constatar a prática do exercício físico traz alterações consideráveis ao nosso organismo! A maioria delas são benéficas, mas é preciso ter cuidado porque tudo o que é em exagero também é mau. Pratique desporto de uma forma consciente e procure sempre acompanhamento especializado.

Fonte: Sportlife.Es

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1 Response

  1. MassBody Novas Terapias Massagem diz:

    Adicionando a Massagem Desportiva, o atleta melhora a componente física a nível músculo-esquelético (principalmente, mas não só), previne o aparecimento de lesões, melhora a recuperação e aumenta a performance. A Massagem Desportiva é muitas vezes "esquecida" mas é de importância vital para quem quer manter uma condição física de topo.

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