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Atletas Fumadores – Que impacto tem o tabaco na performance

Todos os indivíduos, desde o mais sedentário e com menor nível académico ao mais treinado e graduado, todos nós temos informações sobre os malefícios do tabaco na saúde e o impacto que tem em termos de morbilidade e mortalidade.

Mas teremos nós a real consciência desses mesmos malefícios?

Todos nós sabemos os benefícios do desporto:

  • A saúde (bem-estar físico e psíquico)
  • O bom funcionamento cardiovascular
  • O controlo da pressão arterial e do peso corporal
  • O combate ao sedentarismo e ao stress
  • A socialização, o espírito de cooperação e a inclusão social
  • A alternativa contra o tabagismo, alcoolismo e toxicodependência

OS DESPORTISTAS FUMADORES

  • Os desportistas fumadores têm como consequência a perda de forças que lhes podem ser úteis no seu trabalho.
  • Os fumadores podem com o tempo originar doenças prejudiciais à saúde

A prática de exercício físico estava inversamente relacionada com o tabagismo, sendo os desportos de reduzida endurance os preferidos pelos fumadores.

O desporto continua a ser um meio muito eficaz de prevenção do tabagismo. Apenas dois desportistas em dez fumam. Os desportistas que se dedicam ao prazer do tabaco fumam duas vezes menos que os fumadores não desportistas.

«Encontrámos 19,46 por cento de fumadores nos desportistas com um consumo médio de 10 cigarros por dia», sublinha o estudo realizado pelo Grupo latino e mediterrâneo de medicina do desporto, apresentado por ocasião da décima primeira conferência mundial sobre o tabaco e a saúde em Chicago (Illinois, EUA).

Nos jovens (10-13 anos), alvo privilegiado das campanhas de prevenção, contam-se três vezes menos fumadores quando o desporto é praticado fora da escola.

«O desporto-prevenção mostra aqui todo o seu interesse, nos jovens, essencialmente», declarou o autor deste estudo, Jerôme Talmud, do Centro de Readaptação cardio-respiratória Toki Eder, em Cambio-les-Bains (França).

Os desportos individuais e os que despendem energias suplementares contam com muito menos fumadores que os desportos coletivos, sublinha igualmente este inquérito.

O tabaco vem da planta Nicotiana Tabacum e é uma substância estimulante. Pode ser encontrado em forma de charuto, cigarro (com ou sem filtro), cachimbo, rapé e tabaco de mascar. O tabaco é principalmente fumado, mas pode também ser inalado ou mastigado. Tem uma ação estimulante.

A combustão do tabaco produz inúmeras substâncias como gases e vapores, que passam para os pulmões através do fumo, sendo algumas absorvidas pela corrente sanguínea. Essas substâncias são:

Nicotina: A nicotina é o alcalóide da planta do tabaco. Quando chega ao Sistema Nervoso Central, atua como um agonista do recetor nicotínico da acetilcolina. Possui propriedades de reforço positivo e viciantes devido à ativação da via dopaminérgica mesolímbica. Aumenta também as concentrações da adrenalina, noradrenalina, vasopresina, beta endorfinas, ACTH e cortisol, que parecem influir nos seus efeitos estimulantes.

Substâncias irritantes (como a acroleína, os fenóis, o peróxido de nitrogénio, o ácido cianídrico, o amoníaco…) provocam a contração bronquial, a estimulação das glândulas secretoras da mucosa e da tosse e a alteração dos mecanismos de defesa do pulmão.

Alcatrão e outros agentes cancerígenos (como o alfabenzopireno): contribuem para as neoplasias associadas ao tabaco.

Monóxido de carbono: provocam a diminuição da capacidade de transporte de oxigénio por parte dos glóbulos vermelhos.

Origem

A planta Nicotina tabacum deve o seu nome ao médico Jean Nicot que popularizou o seu uso na Europa. Esta planta, juntamente com cerca de mais de cinquenta outras espécies, faz parte do grupo nicotínico.

É originária da América onde era usada, antes da descoberta deste continente, pelos seus efeitos alucinogénicos. É difundida na Europa, após a viagem de Colombo, em parte devido à crença no seu valor terapêutico. A procura do tabaco fez com que a coroa espanhola se apropriasse do monopólio do seu comércio. Mais tarde, os franceses e ingleses juntam-se aos espanhóis, contribuindo para a expansão desta substância, o que origina fortes repressões por muitas autoridades. A título de exemplo, refira-se que Fedorovich dava ordens de tortura a qualquer consumidor até que este confessasse quem tinha sido o seu fornecedor, para depois mandar cortar o nariz a ambos. Também o sultão Murad IV castigava com decapitação, desmembramento ou mutilação quem encontrasse a fumar.

A partir do século XVIII, o levantamento das proibições permite um crescimento gradual do consumo de tabaco. Este consumo era principalmente feito por aspiração nasal, apresentando-se o produto em forma de pó fino ou resíduos (neste último caso, era-lhe atribuído o nome de rapé). O tabaco era também enrolado ou recheado de triturado. Crê-se que o cigarro surgiu das navegações transatlânticas, durante as quais eram apanhados os restos de tabaco, que estavam a ser transportados para a Europa, e enrolados em papel (dado que as folhas inteiras da planta pertenciam à coroa). Começando por ser um consumo de marinheiros, pensa-se que em 1800 já se tinha alargado a outros estratos sociais na Península Ibérica e no Meditarrâneo. Para a sua expansão pelo resto da Europa, em muito contribuíram as guerras napoleónicas.

Na segunda metade do século XIX, o monopólio da fabricação dos cigarros passa a ser dos anglo-saxões. A partir desta altura, o tabagismo passa a afetar quase metade da população mundial.

Efeitos

O consumidor pode experimentar sensações reconfortantes, favorecimento da memória, redução da agressividade, diminuição do aumento do peso e do apetite em relação aos doces ou relaxamento. Geralmente, ocorre um aumento do ritmo cardíaco, da respiração e da tensão arterial. Nas pessoas não dependentes pode provocar náuseas e vómitos.

Riscos

O consumo pode provocar hipotonia muscular, diminuição dos reflexos tendinosos, aumento do ritmo cardíaco, da frequência respiratória e da tensão arterial, aumento do tónus do organismo, irritação das vias respiratórias, aumento da mucosidade e dificuldade em eliminá-la, inflamação dos brônquios (bronquite crónica), obstrução crónica do pulmão e graves complicações (enfisema pulmonar), arteriosclerose, transtornos vasculares (exemplo: trombose e enfarte do miocárdio).

Em fumadores crónicos podem surgir úlceras digestivas, faringite e laringite, afonia e alterações do olfato, pigmentação da língua e dos dentes, disfunção das papilas gustativas, problemas cardíacos, má circulação (que pode levar à amputação) e cancro do pulmão, de estômago e da cavidade oral.

O tabagismo materno influi no crescimento do feto, especialmente no peso do recém-nascido, aumento dos índices de aborto espontâneo, complicações na gravidez e no parto e nascimentos prematuros.

A vitamina C é destruída pelo tabaco, daí que se aconselhe os fumadores a tomar doses extra de antioxidantes (vitaminas A, C e E), para ajudar a prevenir certos tipos de cancro.

Tolerância e Dependência

Existe tolerância, assim como dependência. A nicotina do tabaco é das drogas que mais dependência provocam.

Síndrome de Abstinência

Traduz-se por intranquilidade ou excitação, aumento da tosse e da expetoração, impaciência, irritabilidade, depressão, ansiedade e agressividade, má disposição, dificuldade de concentração que pode diminuir a atenção na condução de veículos, aumento do apetite e do peso corporal e diminuição da frequência cardíaca

Por todas estas razões o tabaco é muito prejudicial aos atletas levando-os à diminuição da sua capacidade para praticar desporto.

Então ainda achas que vale a pena fumar?? 😀

Estamos sempre a tempo de deixar este vício e de procurar ajuda para isso mesmo, mesmo que o vicio já esteja presente há anos ou décadas, Vais CONSEGUIR 😉

´Bibliografia

globoesporte.globo.com/eu-atleta/saúde/

http://g1.globo.com/ciência-e-saúde

Raquel Madeira

Personal Trainer – Julho 2017

[email protected]

www.raquelpersonaltrainer.com

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