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Doping Tecnológico – Nike cria sapatilhas que estão a gerar polémica

Já é sabido que as novas tecnologias estão a dominar o mundo, e o desporto é um dos principais “alvos”. O mundo do atletismo como é óbvio também não foge à regra, cada vez mais os atletas e treinadores têm tecnologia de ponta ao seu dispor para ajudar a melhorar a performance. É o sinal dos tempos e não há como contornar esse fato.

Doping Tecnológico – Nike cria sapatilhas que estão a gerar polémica

Mas nem tudo é um mar de rosas no que toca à evolução, as grandes marcas desportivas como é óbvio, estão cada vez mais apostadas em desenvolver material de ponta para os atletas melhorarem as suas performances. Esta evolução como é óbvio não é bem vista por todos, há muitos que consideram e já chamam de doping tecnológico. A Nike criou umas sapatilhas que já estão a gerar uma grande polémica, inventou umas sapatilhas para que fosse possível os atletas (pelo menos os melhores do mundo) baixarem das duas horas na maratona.

O recorde atual da maratona é de 2:2:57h já é uma marca absurda, mas a Nike tem como objetivo elevar esse recorde a um nível estratosférico. A marca anunciou a criação de umas sapatilhas que reduz em 4% o gasto energético dos atletas. Afirmação baseada em analises laboratoriais, que muitos fisiologistas e especialistas em biomecânica duvidam. Se está ligado ao atletismo ou segue a modalidade com atenção, deve-se lembrar da recente tentativa “patrocinada” pela Nike para se baixar das 2 horas na maratona no Autódromo de Monza. Os atletas escolhidos foram o Kenenisa Bekele e o Eliud Kipchoge, o que acabou por não acontecer. Será que os fisiologistas e especialistas em biomecânica é que têm razão?

Agora falando um pouco mais sobre as sapatilhas, a criação na Nike tem o nome de VaporFly Elite. Pesam menos de 200 gramas e têm uma forma bastante aerodinâmica, mas o segredo destas sapatilhas reside na entressola que é mais alargada na frente e estreita atrás, e é feita de uma finíssima e rígida placa de fibra de carbono incrustada na borracha. É aqui que reside toda a polémica envolta nestas sapatilhas.

Assim que se ficou a conhecer a constituição das VaporFly Elite, começaram-se logo a levantar vozes de protesto contra o produto, pondo em causa a legalidade das placas de carbono e o seu efeito propulsor. A IAAF órgão que deve aprovar e regular todos os produtos, já anunciou que irá investigar o produto e o documento que regulamenta as sapatilhas e que proíbe qualquer “vantagem injusta”.

Mas não é só a Nike que está apostada em criar sapatilhas para os atletas melhorarem a performance. A Adidas como é sabido é rival da Nike, também está apostada em “ter nos pés dos atletas” marcas abaixo das 2 horas. Também já anunciou a criação de umas sapatilhas com uma sola forrada de uma espuma espacial, que devolve a maior parte da energia depositada pelos atletas na passada.

O desporto como é óbvio tem sempre as duas vertentes, os amantes da tecnologia que vêm com bons olhos a introdução da mesma no mundo desportivo. Pois permite que os atletas treinem e melhorem as suas performances de uma forma mais efetiva. E os mais conservadores que afirmam que a tecnologia vem desvirtuar as qualidades desportivas, e afirmam que qualquer atleta com “ajuda” pode chegar longe.

A tecnologia é um sinal dos tempos e é incontornável que o mundo do desporto se renda a ela, temos o exemplo da natação onde se criaram fatos com material especifico para se baterem recordes do mundo. Ou o ténis onde as raquetes de madeira foram substituídas pelas de carbono, que são mais leves e resistentes. Praticamente todos os desportos se renderam à tecnologia melhorando os materiais.

Doping Tecnológico não é novidade no atletismo

Mas o caso da Nike não é “virgem” no atletismo, temos o caso do atleta soviético Yuri Stepanov que saltou 2.16 m em altura em 1957. Mais tarde veio-se a descobrir que o atleta tinha umas sapatilhas com 5cm de espessura, como é óbvio a IAAF proibiu-as na altura. Mas não foi logo, foi só em 1960. Em 1968 foi quando as pistas de atletismo começaram a ser em tartã, logo as marcas tiveram que se adaptar à mudança. A Puma lançou umas sapatilhas que em vez de ter os 6 bicos habituais para prender ao tartã, tinham mais 68 pontas minúsculas à imagem do que têm as escovas. O Atleta Tommie Smith usou-as, tirou vantagem e ganhou os 200 metros. Como é óbvio a polémica ficou instalada e a Adidas conseguiu que fossem proibidas.

Enfim a noção de Doping Tecnológico ou vantagem injusta sempre existiu e acho que sempre irá existir. Deixe a sua opinião sobre este assunto nos comentários deste artigo.

Fonte: revistaatletismo.com

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