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Conheça Alguns Aspetos Técnicos e Especificidades do Salto em Comprimento!

Os saltos são das disciplinas mais difíceis e complexas do atletismo, quem é saltador sabe bem do que eu estou a falar. São das disciplinas em que os atletas mais estão sujeitos a cargas intensas a nível ósseo e de tendões, e a nível de treino estão também sujeitos a esforços muito intensos.

Os mais leigos podem achar que o salto em comprimento não é difícil de se fazer e praticar, afinal “é apenas um salto para a areia” uma expressão que ouvi há alguns atrás atrás num programa de televisão, por um entrevistado que estava a falar num programa desportivo sobre atletismo. Essa pessoa estava ligado a um clube de estrada, daí o meu espanto sobre esta declaração vinda de uma pessoa ligada ao atletismo.

Mas o salto comprimento de simples não tem nada, e o principal objetivo da disciplina e para qual os atletas treinam, é maximizar a distância do salto desde a tábua de chamada até à queda na areia.

Aspetos biomecânicos

A distância e a altura voo são determinados por três fatores: a velocidade de saída, o ângulo de saída, e a altura do centro de gravidade no momento da chamada. Todos estes fatores bem conjugados são determinantes para o sucesso do salto.

A altura do centro de gravidade é determinada pela altura do atleta, apesar de ser influenciada pela posição do atleta no momento da chamada. A velocidade e o ângulo de saída são o resultado das ações do atleta antes e durante a chamada. Pode-se concluir que a chamada é de uma importância vital em todos os saltos.

Estrutura do movimento

O movimento do salto em comprimento pode ser dividido em quatro fases: corrida de balanço, chamada, voo e queda.

Na corrida de balanço o atleta produz velocidade horizontal. O resultado final do salto é em grande medida determinado pelo nível da velocidade horizontal no momento da chamada, por isso, o objetivo do atleta na fase de corrida de balanço deve ser aproximar-se da sua velocidade máxima de corrida.

Uma boa corrida de balanço deve ser:

  • Rápida
  • Ser exata e consistente
  • Preparar o atleta para uma chamada potente

Na fase de chamada é determinado o percurso de voo do corpo do atleta. Como é óbvio a chamada é de importância fulcral em todos os saltos. O objetivo do atleta nesta fase deve ser: assegurar que o seu centro de gravidade esteja o mais alto possível no momento da chamada, adicionar o máximo nível possível de velocidade vertical à velocidade horizontal conseguida durante a corrida de balanço, fazer a chamada no ângulo de saída ideal.

Chamada

Uma boa chamada deve ter as seguintes características:

  • O atleta deve estar “alto”
  • O pé de chamada deve fazer uma ação rápida em “griffé”, deve sair do solo o mais rapidamente possível
  • O joelho da perna livre é empurrado pela bacia
  • As articulações do tornozelo, joelho e bacia devem estar em extensão completa

Na fase de voo o objetivo do atleta é tentar evitar ao máximo a redução da distância do percurso de voo e preparar a posição do corpo para a queda. Na fase de queda o objetivo é minimizar a distância que ocorre após o contato inicial dos pés com o solo.

Fase de voo

Fase da queda

Queda

Como viu o salto em comprimento de simples não tem nada! E não é apenas um “salto para a areia”.

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